sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A química entre nos

Olá, hj postarei algo diferente do habitual...ehhhh \o/. Eu escrevo quando estou sem nada melhor para fazer (= entediada) ^^. Tenho várias histórias curtas, algo totalmente amador, mal escrito, geralmente romances melosos e fora dos padrões da norma culta da língua portuguesa. Hoje posto uma história que escrevi como presente de aniversário para duas amigas. 

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Todos os dias quando abrimos o Orkut, além de nos depararmos com quem nos visitou recentemente, podemos ver também a sorte do dia. Sorte essa que é escrita ao acaso por alguém, se é que é escrita por alguém, e que lançada aleatoriamente nos orkuts por ai. Naquela manhã quando li “para de procurar eternamente a felicidade, ela está mais próxima do que você imagina”, não me toquei para o significado da frase e fui rapidamente ler meus recados. Só mais tarde o destino me mostrou o que essa frase significava.
Meu nome é Sofia, tenho 17 anos e posso ser considerada uma adolescente normal. Não sou muito bonita, mas também não sou nenhuma mocréia. Tenho 1,55 de altura e por causa disso vivo sendo chamada de tampinha de garrafa, lenhadora de bonsai, pintora de rodapé e outras coisas que aqueles amigos chatos sempre falam. Sou morena, meus cabelos são negros e batem na cintura, ahhhh eu já ia me esquecendo, sou meio gordinha ^^. Se eu tivesse que descrever minha personalidade diria que eu sou inconstante, toda hora eu mudo de opinião e sempre quero fazer coisas diferentes. Estou no 3º ano do ensino médio e vou te contar uma coisa, eu até gosto de estudar, mas esse ano está me matando. Minha vida esse ano gira em torno de uma só coisa...quer dizer de duas...ou seria de várias??? No fim das contas o maldito vestibular tira meu sono e todas as minhas horas de tranqüilidade. Nosso sistema educacional é foda, tudo que você estuda tem uma única aplicação: Vestibular. Bons tempos em que se levava algo para sua vida, hoje os professores dizem: “você precisa saber isso e aquilo para o vestibular”. Aff!!!! Sinceramente isso cansa. Mas nem só de vestibular eu vivo ou seria vivo eu....xiiiiiiiiiiii..to vendo que vou levar pau em português. Sou apaixonada pela cultura oriental e em especial por animes e mangás. Embora meu anime favorito seja Bleach, meu personagem favorito é de Hellsing. Cara, eu amo o Allucard. Ele é simplesmente foda... pensa em um cara super forte, frio e muito lindo. O cara se faz de bom moço, obediente a agencia Hellsing, mas no fundo ele faz o que quer, super poderoso...ai ai...eu adoro histórias com vampiros.
Eu sei que falar do Allucard é bom, mas essa não é a minha intenção hoje. Eu nunca me dei bem em relacionamentos. Acho que sou meio diferente... Gosto que as coisas aconteçam naturalmente e também não curto esse lance de ficar por ficar. Sei lá parece que você só troca saliva com o cara e ai tchau tchau... eu gosto das coisas como nos mangás... algo lento...algo gradual. Junte a isso minha timidez das trevas e minha personalidade inconstante... resultado: 17 anos de vida e nunca arrumei alguém com quem passasse mais de duas semanas, quem dirá arrumar um namorado. Eu acho que a felicidade não pode ser condicionada ao fato de estar com outra pessoa, mas de alguma forma, outras pessoas te ajudam a construir o que chamamos de felicidade. Agora chega de papo furado e vamos ao que interessa.
Era dia 17 de abril, um domingo que seria tranqüilo como outro qualquer se não fosse um pequeno detalhe...estava rolando a anime X, que é um evento de anime. Eventos de animes aqui a minha cidade são raros e eu havia esperado meses por esse evento. Tomei um banho, coloquei um bermudão, uma blusa preta e meu chapeuzinho fofo de raposa. Caminhei até o ponto de ônibus escutando minha banda favorita, The Cranberries. E enquanto estava esperando o ônibus escutei “Just my Imagination”. Não só escutei como cantei também ^^. Hehehehehehe...eu sou meio empolgadinha mesmo. 


There was a game we used to play
We would hit the town on Friday night
And stay in bed until Sunday
We used to be so free
We were living for the love we had and
Living not for reality
It was just my imagination
There was a time I used to pray
I have always kept my faith in love
It's the greatest thing from the man above
The game I used to play
I've always put my cards upon the table
Let it never be said that I'd be unstable
It was just my imagination
There is a game I like to play
I like to hit the town on Friday night
And stay in bed until Sunday
We'll always be this free
We will be living for the love we have
Living not for reality
It's was not my imagination
Not my

There was a game we used to play
We would hit the town on Friday night
And stay in bed until Sunday
We used to be so free
We were living for the love we had and
Living not for reality
It was just my imagination
There was a time I used to pray
I have always kept my faith in love
It's the greatest thing from the man above
The game I used to play
I've always put my cards upon the table
Let it never be said that I'd be unstable
It was just my imagination
There is a game I like to play
I like to hit the town on Friday night
And stay in bed until Sunday
We'll always be this free
We will be living for the love we have
Living not for reality
It's was not my imagination
Not my


O tempo passou rápido e em menos de uma hora eu estava no local do evento. Apresentei meu ingresso, que comprei antecipado por precaução, e entrei nos locais de exposição. Cara, eu amooooooooo eventos de animes... Vocês talvez não entendam minha empolgação, mas é que expos de animes tem um ambiente diferenciado... parece até que você não está aqui... também é o lugar que você encontra as pessoas mais doidas e mais legais por metro quadrado XD. 
Por volta da uma da tarde, eu já tinha feito uma porção de coisas. Já tinha assistido dois animes, um shoujo bem legal e um shounen, que nem foi tão bom assim. Na verdade não gosto muito de histórias que tem aqueles personagens muito egocêntricos...sabe....daquele tipinho que acha que faz e acontece. Eu já tinha ido à área de games, já tinha sapeado para todos os lados, comprado adesivos, botons e o último volume de Karekano lançado. E quando eu já estava procurando alguma coisa nova para fazer, me lembrei que estava como uma puta fome.... hahahahahaha... lembrar que está com fome é foda, mas enfim... dêem um desconto... quando estamos falando de anime e mangá, eu esqueço do mundo ^^. 
Optei por matar a minha grande fome com um saco de batatinhas e uma coca em lata. E como eu não agüento ficar parada muito tempo comecei a andar com minhas batatinhas e a lata na mão, quando não sei de onde surgiu um cara correndo e esbarrou em mim. Eu pude ver em câmera lenta o saco de batatinhas indo ao encontro do chão e as batatinhas se esparramando. Eu fiquei muito puta, quem era o idiota que fica correndo por ai que nem um besta. AFF!!! Quando eu me virei para ver quem era o cara e xingar até a ultima geração dele em pensamento, eis que me deparo com o cosplay mais lindo de Allucard que eu já tinha visto. Minhas pobres batatinhas não tinham sido em vão, serviram para que eu visse um cosplay que mais parecia o próprio Allucard. O cara ficou lá pedindo desculpas e falando um monte de coisas que eu nem prestei atenção. Meu coração batia rápido, olhei novamente para o ser a minha frente, pele branca, cabelos negros até o ombro, nariz fino, olhos desafiadores delineados por belos cílios, magro... bem mais alto do que eu (se bem que qualquer um é mais alto que eu ^^). Eu havia encontrado o meu Allucard... quando penso nisso meu coração até dispara de novo...ai ai. E eu estava ali perdida em meus devaneios, quando o cara me cutucou tentando chamar a atenção.
-“Ei, Sofia. Você está bem?”. 
-“Hãaaa?”. Como assim ele sabia meu nome.
-“Aff”. Ele suspirou. “O cabeça de vento, to te perguntando se ta tudo bem, você ta ai com essa cara de bocó”. Ele tentou imitar minha expressão.
-“Você me conhece?”. Embora a pergunta parecesse lógica, foi a única coisa que me veio em mente.
-“Caraca Sofia, não acredito que você não está me reconhecendo”. Ele riu nervoso. “Você me vê todos os dias”. Seu tom de voz parecia meio indignado.
-“Sério mesmo, me desculpa mas não to te reconhecendo”. Respondi sem graça. De onde eu o conhecia?? Seria do ônibus?? Seria ele algum vizinho?? Amigo de algum amigo??
-“Eu tinha a ligeira impressão de que eu era invisível na escola, agora eu tenho certeza”. Ele passou as mãos nos cabelos. “Sofia, sou eu o Salém”. Disse por fim, como se fosse obvio. 
-“Salém??”. Disse assustada. Ele não respondeu, apenas acenou com a cabeça. Ca-ra-ca... como aquele cara bonitão podia ser o Salém??
Só para que vocês não fiquem perdidos, o Salém é um garoto da minha sala. Conversamos só uma ou duas vezes e olha que estamos na mesma sala desde o primeiro ano. Ele é o maior nerd, senta na fila do meio na primeira carteira. E diga-se de passagem que ele é chato, arrogante, irônico, pretensioso e sempre faz aquela pergunta cabulosa bem no ultimo minuto, da ultima aula, o que sempre nos deixa depois do horário. Sempre achei que ele fizesse isso de propósito. Nunca tinha reparado muito nele, só me lembrava que ele tinha o cabelo comprido e que usava óculos fundo de garrafa ( o danadinho estava usando lentes por causa do cosplay). Eu sempre achei que ele não fizesse nada além de estudar e agora eu esbarro com o cara em uma expo de anime e ainda de cosplay. O mundo realmente é incrível. 
Depois da rata básica de não reconhecer um colega de sala, tentei ser no mínimo simpática, perguntei sobre seu gosto por animes, por música e adivinha só: o anime favorito dele era a série Gundam, que eu detesto, o personagem favorito dele era o Allucard e ele gostava muito de The Cranberries. Esse mundo é muito pequeno mesmo e uma conversa que começou por simpatia, acabou se tornando uma conversa agradável. Tá que de vez em quando ele me dava umas patadas que eu até ficava sem graça e era bem irônico também, mas ele estava tão lindinho de Allucard que resolvi ignorar. 
A partir daí passamos a andar juntos de um lado para o outro na expo, fomos assistir os mesmos animes e até jogamos vídeo game juntos e detalhe: EU GANHEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII DELE....hahahahahhaha....foi hilário ver a cara de indignação dele quando perdeu.... hahahahahaha. E no fim das contas, acabei conhecendo melhor uma pessoa que se não fosse pela expo, jamais teria oportunidade de conhecer direito. Para mim ele continuava sendo chato e arrogante, mas até que era um cara legal. Outro detalhe importantíssimo, me desculpem a expressão, mas vai ser fresco assim lá na put* que pariu. O condicionador que o cara usa é mais caro que todas as coisas que eu passo no meu cabelo, ele usa mil e um cremes para o rosto, corpo e pés. Tem razão da pele e do cabelo dele estarem tão bonitos.... e fora que ele fala 3 idiomas, sabe dançar quase todos os estilos de música. Será que ele só tem 18 anos mesmo???
O tempo foi passando, passando e quando eu vi já estava escuro. E como boa pobre que sou, teria que esperar o bom e velho baú. Era hora de ir e esperar uma eternidade no ponto de ônibus. Domingo é foda, o ônibus sempre demora. O dia havia sido muito divertido, a expo foi ótima e de quebra ainda conheci melhor alguém. Olhei para o Salém, quem diria que ele ficaria tão bonitinho fora da escola e quem diria que o nerd abelhudo fosse alguém legal. 
-“Salém eu acho que vou indo nessa, ta ficando tarde, até meu ônibus passar...”. Sorri ao tentar explicar minha situação de pobre.
-“Ah, não acredito que você já vai”. Sua expressão ficou ligeiramente séria.
-“Sério tenho que ir, ainda tenho que terminar de fazer os exercícios de matemática”. Naquele momento pude sentir o olhar de “você ainda não fez” de Salém.
-“Então beleza...”. Ele respondeu meio contrariado.
-“Então já vou indo”. Acenei com a cabeça e caminhei em sua direção e lhe dei um beijo na bochecha e comecei a andar. Logo vi que ele aproximava me perguntando se eu me importava que ele me levasse ao ponto de ônibus. Respondi que companhia era sempre bem vinda.
Fomos caminhando lentamente até o ponto de ônibus, que ficava um pouco afastado do local do evento. Estávamos em silêncio, que por incrível que pareça não era incomodo.
-“Sofia eu queria te dizer algo”. Ele quebrou o silêncio.
-“O que foi?”. Voltei meu olhar para ele enquanto caminhava.
-“Para um pouquinho”. Ele pegou em minha mão. A mão dele estava gelada, achei que ele estivesse se sentindo mal.
-“Você ta passando mal?”. Perguntei a primeira coisa que me veio em mente e em resposta recebi um olhar que me chamava claramente de anta.
-“Sabe...”. ele fez uma pausa. Meus olhos estavam fixos nos deles e não sei por que meu coração disparou. “Eu sempre reparei em você na escola, estudiosa, sempre sorridente e gentil”. Seus olhos desviaram e passaram a olhar o chão. E eu continuava perdida, que papo estranho era aquele??. “Eu sempre te observei a distância, e hoje eu tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre você e você era tudo aquilo que eu imaginava”. Eu sorri, que legal da parte dele dizer tudo aquilo, talvez de agora em diante uma amizade se estabelecesse entre nós.
E quando eu estava perdida em meus pensamentos senti sua mão gelada acariciar meu rosto e alcançar minha nuca. Eu assisti passivamente ele se aproximar lentamente e seus lábios se colarem aos meus. Meu coração disparou novamente e fiquei sem reação. Pude sentir o perfume que ele exalava e a maciez de seu cabelo. Involuntariamente minhas mãos se moveram o envolvendo em um abraço. Talvez ele não tenha percebido o quanto meu coração estava disparado. Ele me abraçou forte enquanto me beijava docemente. Senti uma luz forte próxima a meu rosto e só então vi que havia uma moto próxima a nós. Um homem de capacete e empunhando uma arma dá voz de assalto.
-“Passa a carteira, cara, passa a carteira”. O ladrão agitava a arma. 
É isso ai galerinha, fomos assaltados, levaram minha bolsa, a carteira, o tênis, o relógio e o celular do Salém. E naquele dia só consegui chegar em casa por que tinha guardado o troco da batatinha no bolso. O coitado do Salém ficou tão assustado, que voltamos para expo e só fui embora depois que a mãe dele foi buscá-lo. Me senti o homem da relação ¬¬. 
Atualmente eu e o Salém somos namorados, e ele foi bonzinho comigo só ate começarmos a namorar. Vocês precisam ver as coisas que ele faz comigo...é irônico...arrogante....joga na minha cara quando tira nota maior que eu...até arrotar perto de mim o porquinho arrota. Foi um choque para todos da sala quando começamos a namorar, até hoje ninguém entende como eu agüento ele, nem eu para falar a verdade. Talvez seja por que eu goste dele ou talvez só eu consiga enxergar um lado meigo nele. Quanto ao futuro... daqui a um mês é o vestibular...eu vou prestar para administração e o cabeção do Salém para Engenharia elétrica...nos ajudamos a estudar e só saímos para namorar aos domingos. Não sei quanto tempo eu vou ficar com o Salém... não sei quanto tempo essa relação vai durar... mas de uma coisa eu sei... ele foi a minha primeira paixão. Talvez a vida ainda nós reserve muitas surpresas, talvez no futuro eu conheça outras pessoas, mas por agora vou aproveitar o quanto puder.


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